Você ri. Mesmo sem saber você ri e me rouba cada pequena gota que eu pude ter de algo que jamais me pertencerá.
Você é a sereia que, após cantar, retorna para o mar, mergulha o mais profundo
que pode mesmo sabendo que nada encontrará.
Foi um nada
que tornou-se tudo e retorna ao nada.
Foi um momento que tornou-se silêncio.
O silêncio que tanto me atordoou por tanto tempo.
O silêncio
que foi barulho, poesia e vácuo.
O silêncio que foi perfume e lembrança.
O silêncio
que ficou, o silêncio que se foi.
Sinto sede pelas pequenas gotas de chuva que ainda restavam.
Mas a sereia as levou.
A rosa que ganhei não vingou,
a
poesia que criei não ficou,
a alma que almejei não voltou.
Mas eu ainda permaneço aqui olhando para as ondas
esperando que elas tragam de volta minha sereia, meu cisne.
Mas eu ainda permaneço aqui olhando para as ondas
esperando que elas tragam de volta minha sereia, meu cisne.
Manoela Brum
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