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domingo, 23 de dezembro de 2012

Contos de Fadas

É quase obrigatório postar algo sobre o Natal. Obrigatório por quê? Impossível não observar como a sociedade aje e fazer comparações com ela mesma. Com Ela Mesma. Acontece que depois de tantas palavras jogadas ao ar, as palavras faltam. Escassam-se.
A novidade deste Natal foi a analogia com contos de fadas. A observação mostrou que, incontestavelmente, as pessoas gostam de contos  de fadas. Não sejamos modestos, elas amam contos de fadas. Parece que os contos de fadas as movem, as nutrem. Gostam das histórias e filmes infantis quando crianças. Depois de adultas, a sociedade as constrangem a não mais acreditar em contos de fadas. Aí elas passam a acreditar que há alguma coisa de diferente numa data qualquer, no caso, no Natal. Elas fazem ceias, reunem a família e dão presentes. Sorriam. Sorriam. Inconscientemente submergem-se  num conto de fadas e contentam-se em levar os mais novos com elas nas suas tradições, assim como sempre fizeram. Como sempre, levam os pequeninos com elas. Satisfazem-se ao perceber o quanto as belas crianças acreditam nas mentiras que elas mesmas tentam acreditar. Comprazem-se ao levá-los com elas, onde que forem, onde quer que estejam, qual erro quer que estejam. Isso lembra a Idade Média, quando os pais levavam seus filhos para ver as chacinas que ocorriam com seres humanos, as torturas em praças públicas. Lembra também uma cena que se repete constantemente nas igrejas: criancinhas sendo desde cedo condicionadas a crerem em dogmas, a beijar um pedaço comum madeira, apenas pela imagem que carregava. Depois não são capazes de beijar seus próprios pais.

É assim que a  sociedade arruina-se a si mesma sem perceber.

Para interessados às palavras jogadas ao vento dos Natais passados:

2011:
2010:
 
Manoela Brum

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