“A história que lhes contarei agora, os ingleses dirão que é
mentira”.
Um menino que viu um celeiro
cheio de homens, mulheres e crianças enforcados, pelo domínio inglês. Que viu
seu pai e seu irmão mortos, pelo domínio inglês. Que, já homem e educado por
tios sacerdotes, viu sua esposa morta, pelo domínio inglês. Que vingou a morte
da esposa e percebeu que nada se consegue sem liberdade, que nada se consegue
sem liberdade. Que lutou por liberdade. Que usou de sua inteligência, de sua
força e de seu amor para lutar por liberdade. Que recrutou milhares de homens,
não porque se não lutassem por ele, lhes expulsariam das terras e suas viúvas e
filhos morreriam de fome como faziam os nobres, mas porque Ele lutava por algo
que há tempos não tinham: Liberdade. Mas a avareza, ah a avareza. O suborno, ah
o suborno. A Inglaterra subornou os avaros e corruptíveis nobres escoceses –
que não mereciam essa definição: escocês, pois o verdadeiro povo escocês nunca
foi corrupto – lhes dando terras e ouro... Para quê? Para que não se unissem ao
William Wallace. Por quê? Porque se o povo escocês se unisse não haveria mais domínio inglês. Mas os ingleses não eram capazes de lutar contra Ele e
necessitavam de subsídios odiosos e sutis para conseguirem algo que não lhes
pertencia: a vitória. A vitória estava e sempre esteve com William Wallace, os
ingleses a tentaram, mas apenas adiaram o inevitável.
E quando, depois da mártir morte de William Wallace, sua
cabeça exposta na ponte de Londres e seus pedaços enviados aos quatro cantos da
Grã-Bretanha como advertência não obtiveram o resultado esperado por Edward Longshanks
(rei da Inglaterra), Robert Bruce (um nobre escocês) cavalgou para prestar
reverência aos exércitos do Rei Inglês e aceitar o endosso à sua coroa. Depois
de sentir, de lembrar o valor da liberdade que enxergou nos olhos de William
Wallace, de acreditar como sempre quisera acreditar como Ele acreditara,
tímida, mas valentemente, exclamou aos bravos cavaleiros que sangraram com
William Wallace que, agora, então, sangrassem com ele. E assim, quando a espada
da liberdade carregada por um dos fiéis companheiros de William Wallace voou
aos céus, a alma Dele certamente voou com ela e ao perfurar o chão com a lâmina da guerra que
precedia a paz, “no ano de 1314, os patriotas da Escócia famintos e em número
menor, atacaram os campos de Bannockburn. Lutaram como poetas da guerra,
lutaram como escoceses, e conseguiram sua liberdade”.
Esse é o povo escocês, essa é a Escócia que, apesar de tudo,
venceu.
Inspirado no Filme Braveheart, dirigido e estrelado por Mel
Gibson.
Manoela Brum
As maiores e mais importantes verdades da história quase nunca são oficialmente reconhecidas.
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